segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Prisão

 
          

O pior de todos os prisioneiros é o que tem a chave do cárcere em suas mãos e não tem coragem de colocá-la na fechadura para abrir as portas por temer não saber o que fazer com sua liberdade.
Prisioneiro do passado.
Prisioneiro de um futuro que não existe.
Prisioneiro de um presente que não é capaz de se viver.

Pois há um GRANDE conforto um nessa prisão.
A previsibilidade e sobre tudo a falsa sensação de controle.
Saber a hora do banho de sol. A hora do lanche da manhã, do almoço, do jantar. A hora de dormir e a hora de se levantar.
Por quais lugares se pode ir… conhecer intimamente sua Gaiola.
Isso traz um certo alento e poupa confiança.
E se eu abrir essa porta?
E se eu pular estes muros?
O que poderá acontecer comigo?
Prefiro ficar aqui, acompanhando o movimento do sol…
Noite, dia, dia, noite, noite, dia, dia, noite.
Tudo sem grandes riscos ou desafios reais.
Para onde eu vou se eu sair daqui?
Por que ruas poderei caminhar?
O que fazer com todo tempo que terei pra mim?
E todo esse oceano a ser navegado?
E todas essas montanhas a seres escaladas?
NÃOOOO. Definitivamente, não sei o que fazer com isso.
O prisioneiro não é aquele que de fato enjaulado está, pois através da imaginação ele pode ir onde quiser, fazer o que quiser, pensar o que quiser e ninguém será capaz de detê-lo.
O verdadeiro prisioneiro é aquele que tem todo o universo a sua disposição para explorá-lo, por menor que seja… mas fecha-se em torno de seu próprio ego e ergue através de seu medo um muro que parece intransponível… porque prefere o conforto da conhecida prisão a desafiar a falta de controle que se tem sobre a vida…
Prisioneiro da própria mente.
Que prefere mentir para si mesmo a encarar a realidade.
Até quando prisioneiro de si?
Responda!!!!
Inventando artifícios para não enxergar a verdade.
É mais fácil ficar ai… acuado em solidão.
Preso dentro dentro da cabeça, no conforto da continuação.
A liberdade é um preço alto demais para quem não está disposto a ser responsável por suas próprias escolhas, suas próprias decisões, por suas infinitas possibilidades.
Finge que cava uma saída para que os outros pensem que há algum desejo real de livra-se da Gaiola.
Mas no fundo, no fundo, prefere mesmo é essa condição.
Se olhe no espelho…
Onde está a prisão?

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