Quando a gente entra no caminho da espiritualidade "séria", ou seja,
comprometida com nossa transformação interna (e não externa, baseada em
laços sociais, econômicos, um "upgrade" no visual ou apenas pra botar
um freio de burro em certas atitudes) nos deparamos com o desafio de
encarar a nós mesmos, seja através dos nossos demônios internos, ou
através de alguém (o mundo como espelho nos traz alguém próximo e a
quem você não pode evitar, seja um filho, marido, esposa ou inimigo
muito chato). Isso pode ser o Universo nos mostrando nossa IMAGEM. O
que o Pathwork® nos mostra é como acessar essa imagem e como
disassociá-la de sua essência.
Segundo o site brasileiro
do sistema, o "Pathwork® é um caminho para a autotransformação pessoal
e autorrealização espiritual, direcionado às pessoas que buscam um
relacionamento mais verdadeiro consigo próprias e com a vida. Inclui
uma compreensão profunda da negatividade pessoal para dissolver velhas
crenças, condicionamentos e imagens errôneas. A proposta incentiva a
parar de tentar fingir que somos uma imagem idealizada de nós mesmos, a
pessoa que pensamos que deveríamos ser. Trata-se de um modo prático,
honesto e racional de passarmos de onde estamos para onde queremos
estar. Está fundamentado no estudo e na vivência do conjunto de 258
temas sistematizados pela austríaca Eva Pierrakos durante mais de 20
anos de trabalho".
Eva Pierrakos nasceu em Viena em 1915. Deixou a Áustria antes da
invasão nazista e mudou-se para Nova York. Foi na Suíça, entretanto,
onde viveu durante alguns anos, que seu dom psíquico começou a se
manifestar sob a forma de escrita automática. Começou então a
desenvolver a clariaudiência, não ouvindo vozes externas, mas vozes
internas que provinham do seu cérebro. Tornou-se assim o canal de uma
entidade espiritual chamada de "o Guia".
Em 73 Eva casou com o psiquiatra John C. Pierrakos, um dos fundadores da Análise bioenergética, e o trabalho dos dois se transformou no Pathwork®.
O texto abaixo é minha interpretação livre baseada na Palestra do Guia Pathwork No. 38, de 24 de outubro de 1958, que trata justamente sobre Imagem.
Na questão da nossa auto-imagem, é importante saber que não se
refere à persona, a máscara que criamos pra sociedade. Não é (só) sua
profissão, não é (só) como você se apresenta, mas é principalmente sua
auto-imagem inconsciente, como você ACREDITA que é e não como procura
ser. Isso é importante pois, quando identificamos nossas falhas e
procuramos superá-las podemos esbarrar no famoso "eu tentei de tudo,
mas não tem jeito: eu sou assim". O Guia do Pathwork® fala que apenas a
vontade externa é insuficiente. É preciso mergulhar na alma, pois
geralmente formamos o que somos na infância, através de IMPRESSÕES, ou
seja, reações emocionais e conclusões sem muita elaboração, formadas
sem a experiência e o embasamento de um adulto e, à medida que os anos
vão passando, estas conclusões e atitudes afundam cada vez mais no
inconsciente, moldando, até certo ponto, a nossa vida e continuam a
influenciar mesmo depois que analisamos a questão criticamente. Tal conclusão do passado é chamada de IMAGEM.
Como saber que estamos presos a tais imagens? Quando você tem um
problema e sabe que não é possível superá-lo, por mais que queira ou
tente, por mais que saiba que isso lhe traz problemas. O Guia fala que
as pessoas às vezes amam algumas das suas faltas. Mas por que? Pela
simples razão de que, de acordo com essa imagem, certas faltas se
revelam como uma medida de defesa ou uma capa protetora. Obviamente,
este é um raciocínio inconsciente. Por isso que o esforço consciente
para superar esta falta torna-se infrutífero. E será assim até que a
Imagem seja reconhecida.
Outra evidência de tal imagem é a repetição de certos incidentes na
vida do indivíduo. Tem mulher que diz "eu só atraio homem canalha" ou
casamentos que não dão certo. Parece até uma maldição. Mas uma imagem,
de alguma forma, sempre forma um padrão de comportamento ou de reação
em certas ocasiões e, também, um padrão de acontecimentos externos que
parecem chegar a nós sem que tenhamos feito nada para atraí-los.
Conscientemente a pessoa pode até desejar, com fervor, algo que é o
extremo oposto da imagem. Mas este desejo consciente é mais fraco que o
desejo inconsciente que é, sempre, mais forte.
O único remédio é tentar descobrir qual é a Imagem, em que base ela foi formada e quais foram as conclusões erradas.
A maioria das vezes uma imagem é antiga e tem sido trazida de uma
vida para a outra (e é por isso que senti vontade de fazer esse post
logo após o de Cloud Atlas),
o que pode tornar o diagnóstico mais difícil, mas analisar o contexto
kármico é de grande ajuda. Quando uma imagem existe, vinda de vidas
passadas, a encarnação ocorre num ambiente em que haverá provocações à
Imagem já existente (ou seja, fará a Imagem ser reativada nessa vida)
devido a imagens parecidas nos pais ou em outras pessoas ligadas à
criança em crescimento.
Somente assim é que a Imagem fará emergir o problema, e só quando se
torna um problema é que a pessoa presta atenção - e, espera-se, busque
a solução - ao invés de desconsiderá-la. Se a pessoa continuar
ignorando o problema as circunstâncias na próxima vida serão muito mais
difíceis, e assim por diante, até que os conflitos se tornem tão
desesperadores que nenhum fator externo possa mais ser considerado responsável. Este é o momento em que a pessoa começa a inverter seu movimento, indo para cima e para dentro (novamente a imagem da espiral 3D).
É preciso quebrar o orgulho; A vontade do ego que diz "Eu não quero
o risco da vida, eu não quero a dor da vida; conseqüentemente, eu
atraio esta conclusão que parece, para mim, ser a salvaguarda contra
isto". Mas isto não é uma salvaguarda, pois lhes trará problemas muito
maiores do que aqueles de que vocês estão tentando escapar, pois a vida
não pode ser trapaceada.
E esta é a piedosa lei de Deus. Uma piedade difícil de entender a
princípio, mas baseada no "Deus escreve certo por linhas tortas". Se
não fosse assim, nós nunca poderíamos sair da miséria dos obscuros
planos inferiores, pois de lá ninguém pode realmente nos tirar a não
ser nós mesmos.
Somente quando começarmos a encarar as nossas conclusões errôneas e
nossos medos, e estivermos prontos para aceitar a vida como ela é, é
que seremos capazes de curar a nossa alma. Só quando tivermos
renunciado a uma parte da vontade do ego que quer negar a vida na sua
forma presente, a forma que é necessária para o nosso desenvolvimento.
Só então teremos adquirido a humildade de não querermos ser protegidos dos riscos e durezas da vida. Riscos que só deixarão de ser necessários quando nós pudermos, sem temor, aceitá-los e nos responsabilizar por eles.
Só então teremos adquirido a humildade de não querermos ser protegidos dos riscos e durezas da vida. Riscos que só deixarão de ser necessários quando nós pudermos, sem temor, aceitá-los e nos responsabilizar por eles.
Nada de culpa, apenas responsabilidade.
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