O sentimento de culpa é criado perante a tentativa de se colocar no
lugar do outro, porém, o lugar do outro é um local que não é
"preenchível" por ninguém, a não ser pelo outro. É uma tentativa em vão
de se querer sentir o que o outro sente, porém, nunca será possível
sentir o que o outro está sentindo. Cada um tem uma forma individual e
distinta de se relacionar com a própria vida e os próprios sentimentos.
Quando você entende que o que você faz é apenas o que você sabe fazer,
de acordo com suas próprias escolhas e consciência, você percebe que o
problema não está apenas no seu modo de fazer as coisas, mas também, e
principalmente, no modo com que o outro recebe o que você faz, e isto, é
também uma escolha, mas uma escolha do outro.
Não assuma
sentimentos de culpa. Apenas perceba que se algo não trouxe bons
resultados, é um sinal de que você precisa rever suas condutas e
atitudes para que os mesmos resultados não se repitam, e isto não
representa um erro ou um acerto. Apenas uma experiência que lhe serviu
ou não de aprendizado. E jamais crie sentimentos de culpa por uma
chantagem emocional. Lhe chantagear emocionalmente, é apenas uma
estratégia consciente ou inconsciente, desenvolvida pelo outro, perante
sua incapacidade de lidar com os próprios sentimentos e dar uma visão
positiva à tudo que você faz perante ele, mesmo que lhe pareça negativo
em uma primeira instância.
Na vida não existem culpados. Existem
apenas seres individuais, autônomos e mutáveis em evolução e aprendizado
constantes. Cada um cumprindo seu papel como personagens de uma
experiência qualquer a partir de eventos individuais que geram um
resultado final para a experiência. Não existiria, por exemplo, a
experiência do assalto, na inexistência de um dos personagens: o ladrão
ou a vitima. Entenda que um personagem sempre dependerá do outro. Eles
devem coexistir para que o cenário se torne uma experiência, seja ela
vista individualmente como boa ou ruim.
A similaridade entre os
personagens é que os dois tem a oportunidade de colher um aprendizado
pela experiência. Um lado talvez necessite analisar suas condutas
morais. O outro lado talvez necessite se tornar mais cuidadoso e menos
distraído. De qualquer forma, sempre será uma lição. Já a diferença é
que uns aprendem e adquirem o aprendizado com estas mesmas experiências
mais rapidamente. Já outros tendem a levar uma vida inteira sem que
obtenha sucesso, mas ninguém possui o direito de julgar esta maior ou
menor velocidade de aprendizado, ao eleger culpados perante as
situações, sendo que toda situação vivida necessita dos dois lados da
moeda para poder existir, ou seja: o que seria do lado bom do ser humano
se não fosse seu próprio lado ruim ? A dualidade da vida "ainda" é
necessária à nossa evolução.
Claro que em uma sociedade é preciso
condenar ditos culpados para que haja o cultivo do controle, da ordem,
da segurança, da cidadania e do bem estar, mas isto não é uma regra que
justifique à você levar um tribunal de júri para dentro de sua vida e
para dentro de todas as suas experiências.
Portanto, ao invés de
se sentir culpado e se auto condenar ou procurar culpados e condená-los
perante suas próprias leis individuais, atente-se na inteligência e
sabedoria na escolha do cenário e do personagem que você irá representar
no grande teatro da vida, e principalmente, no esforço em adquirir
aprendizado positivo perante as diversas experiências, por mais
desastrosas que elas lhe possam parecer. Acredite, você não tem a
obrigação de carregar o peso que existe em um sentimento de culpa. Mesmo
que o julguem culpado, aceitar o veredito sempre será uma escolha...sua
!
Pense um pouco sobre isto com a mente aberta.
Ricardo Prado
• HUMANA MENTE •
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