A
personalidade pode ser representada por uma mandala: Na camada externa
está o ‘eu idealizado’, com suas infinitas máscaras: a vítima, o
submisso, o amoroso, o cuidadoso, o agradador, o agressivo, o
autosuficiente, o indiferente, o iluminado, o devoto... E, numa camada
mais interna, está o que eu denominei de as nove matrizes do eu
inferior, que são instrumentos da intencionalidade negativa, ou seja, do
seu “não” para a vida. Na camada ainda mais interna ou profunda da
mandala está escondida a dor e, por trás dela, estão a as virtudes da
alma (contrapartes das nove matrizes). Bem no centro da mandala, na
camada mais interna ou profunda, está o Eu Divino.
As matrizes do ‘eu inferior’ são camadas de autodefesa criadas pela entidade como resposta aos choques de exclusão, humilhação, rejeição e abandono que ela viveu durante a sua jornada. Essas defesas podem se manifestar em diferentes graus de egoísmo e destrutividade, que dão sustentação aos pactos de vingança.
As matrizes do ‘eu inferior’ são camadas de autodefesa criadas pela entidade como resposta aos choques de exclusão, humilhação, rejeição e abandono que ela viveu durante a sua jornada. Essas defesas podem se manifestar em diferentes graus de egoísmo e destrutividade, que dão sustentação aos pactos de vingança.
Vamos conhecer um pouco sobre cada uma das matrizes:
Gula – Qualquer manifestação de voracidade, o que podemos também chamar de compulsão, pois é incontrolável. Ela não é necessariamente ligada somente à comida, mas à qualquer tipo de compulsão: de comer, de falar, de ler, de fazer sexo, de comprar... Isso inclui os pensamentos compulsivos.
Gula – Qualquer manifestação de voracidade, o que podemos também chamar de compulsão, pois é incontrolável. Ela não é necessariamente ligada somente à comida, mas à qualquer tipo de compulsão: de comer, de falar, de ler, de fazer sexo, de comprar... Isso inclui os pensamentos compulsivos.
Preguiça – A paralisação diante
daquilo que precisa ser feito. O preguiçoso é comumente visto como um
vagabundo, ou seja, existe um julgamento moral em relação a ele. Mas, na
verdade, ele não é um vagabundo, mas sim um refém de sentimentos
congelados e suprimidos no seu sistema. Um “workaholic” pode ser
extremamente preguiçoso porque faz muitas coisas, menos o que precisa
ser feito. Esse fazer se torna uma fuga.
Avareza –
O desejo de acumular coisas. O avarento acumula, mas não divide, ele
guarda e quer tudo para si: coisas, dinheiro, mulheres, homens... Essa é
uma manifestação do que eu costumo chamar de ‘medo da escassez’. A
avareza não se manifesta somente com o dinheiro, mas também pode ser
avareza de amor, de sentimento, entre outras coisas.
Inveja –
É um desgosto pelo sucesso alheio e uma vontade de destruir o objeto
desejado. Ela nasce de um profundo sentimento de impotência e
inadequação e pode se manifestar de diversas formas, até mesmo como
auto-inveja, ou seja, a inveja de alguma outra parte sua.
Ira
– É impulso destrutivo manifestado como violência, Ela pode ter muitos
desdobramentos: irritação, impaciência, intolerância, fúria, rancor,
vingança... Também se manifesta de forma passiva através da mágoa e da
indiferença.
Orgulho – O orgulho se vale de
muitas máscaras para manter-se oculto e camuflado. Essas máscaras são as
manifestações do próprio orgulho que se manifesta de diversas maneiras:
vaidade, vergonha, arrogância, auto-imagem, complexo de inferioridade e
superioridade, falsa humildade...
Luxúria – É o
uso distorcido da sexualidade, ou seja, é a utilização da energia sexual
para obter poder sobre o outro. Pode se manifesta como sedução, ciúme e
possessividade.
Medo – O medo se faz presente em
todas as matrizes. Ele inclui a dúvida, o ceticismo e todos os tipos de
pânico. Ele é o guardião dos sentimentos negados e suprimidos.
Mentira
– A mais enganosa das matrizes do eu inferior. Assim como o medo, está
presente em todas as outras matrizes. Ela vai desde a mentira descarada
(que é dita ao outro para promover a si próprio), até sua manifestação
mais sutil que é o autoengano, ou o esquecimento de quem é você.
--
Todas
as matrizes são produtos da sua identificação com o corpo. Uma das
manifestações do corpo é a sua criança ferida. Essa instância do seu
psiquismo, esse aspecto da sua personalidade que foi moldado pelo que
você aprendeu no mundo e pelos choques de exclusão, de humilhação,
abandono e rejeição que você viveu. Então sua mente ficou fixada ali.
Você acredita ser essa criança. Em termos mais objetivos, o que é essa
criança? É a sua história. Você está fixada na sua história, está
encantada com ela. Nesse encantamento, você acredita ser essa criança
que precisou criar esses mecanismos de defesa.
(...)
O eu
inferior é visto como algo muito pessoal por conta, claro, da
identificação com ele próprio. Conforme você vai aprofundando o seu
processo de identificação, vai se surpreender com uma coisa: o eu
inferior não é sua propriedade; são partículas soltas que estão
flutuando no universo e, por conta de determinadas leis, você acabou
trazendo para si algumas partículas específicas. Por conta de
determinadas leis, você encarnou neste planeta com o propósito cósmico
de integrar tais partículas. Mesmo antes de encarnar, o processo de
integração já estava determinado, então, trata-se de um propósito
cósmico. Estamos falando da alquimia do mal que cada um carrega em si
com o propósito de transformá-lo. Cada corpo humano é um casulo de eus
psicológicos e o seu trabalho é justamente transformá-los. Das nove
matrizes do eu inferior - gula, preguiça, avareza, inveja, ira, orgulho,
luxúria, medo, mentira – e todas as distorções dos atributos divinos na
forma da máscara – o submisso, o auto-suficiente ou o retraído – embora
cada um carregue todas essas manifestações, em cada encarnação sempre
tem um personagem principal. Se você transforma o protagonista,
transforma a todos.
Mas, é importante que vejamos essas
manifestações como complexos autônomos independentes. Embora sejam
criados pela mente, eles ganharam autonomia e agem como entidades que
tem muito claro o que querem. O que eles querem? Viver, como tudo que é
vivo quer viver. Qual é o alimento que mantém a vida de uma manifestação
da sombra? As emoções negativas que ela mesma gera. Ela vai fazer de
tudo para repetir a cena e gerar as mesmas emoções a fim de continuar
viva. Por isso que eu falo que a forma de identificar esses eus é
identificar as suas repetições negativas. Todas as repetições negativas
têm um eu psicológico no comando. O eu inferior que eu chamo de criança
ferida, com seus protestos de onipotência e sua vingança em relação ao
mundo, quer repetir o drama, a mesma novela porque vai reviver as
emoções.
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